domingo, 3 de maio de 2015

Seminário reuniu petistas tradicionais em Valente para discutir reforma política e conjuntura atual dos governos do partido

O presidente do PT de Valente José Silva disse que foi muito importante esse seminário que é uma sequencia de um debate que o PT vem fazendo em vários municípios.

seminário do PT em Valente -3 - foto- Raimundo Mascarenhas
A Casa Brasil na cidade de Valente foi sede de um concorrido seminário no último sábado, 2, onde reuniu representantes do Partido dos Trabalhadores dos vinte municípios do território do Sisal.O evento contou com a presença do ex-presidente da PETROBRAS e ex-secretário de Planejamento do Governo Wagner, José Sérgio Gabrielli, deputada federal Moema Gramacho e os deputados estaduais Joseildo Ramos e Rosemberg Pinto, que fizeram parte da mesa ao lado dos anfitriões Ismael Ferreira prefeito municipal e José Silva presidente do Diretório do PT local.
seminário do PT em Valente - 4 - foto- Raimundo Mascarenhas
O público presente também foi formado por petistas do Território do Sisal convidados para discutir a reforma política e a conjuntura atual dos governos federal e estadual, a exemplo da PL 4330, que regulamenta contratação de serviços terceirizados para qualquer atividade, que defende a especialização da mão de obra e autoriza a terceirização de qualquer atividade da tomadora dos serviços, colocando um fim na discussão do conceito de atividade meio, como também debater o momento que classificaram como a pior crise que o partido enfrenta desde a sua criação.
seminário do PT em Valente - 1 - foto- Raimundo Mascarenhas
Com tanto assunto em pauta, o seminário teve inicio por volta das 10h e se estendeu até às 14h30 sem intervalo, e cada membro da mesa tratou de assuntos relacionados as principais discussões que estão afetando diretamente o partido, a exemplo do Lava Jato, considerado o ‘carro chefe’ do desgaste do governo Dilma, aumento da inflação, posicionamento contrário da grande mídia, até o não pronunciamento da presidente Dilma em rede nacional no Dia dos Trabalhadores foi discutido, uns acharam certa a decisão, outros não, enfim, cientes do desgaste que o Governo e o partido tem sofrido cada parlamentar e Sérgio Gabrielli apesentaram planos estratégicos para que possam reconquistar a simpatia do povo brasileiro.
Moema se mostrou revoltada com o PMDB e a grande mídia.
Moema Gramacho atacou o PMDB quando disse que o presidente de Congresso Eduardo Cunha e do Senado Renan Calheiros não colocam na pauta de votação o que é de interesse do PT, disse que está vivendo uma contradição de pauta dentro do congresso nacional e afirmou que é tudo em função da crise, das denuncias do lava jato, “uma situação de refém do PMDB, como se não estivessem também no lava jato, Eduardo Cunha e Renan os dois presidentes das duas casas foram citados no lava jato e parece que esqueceram”, criticou.
Moema também não deixou de alfinetar o vice-presidente Michel Temer (PMDB) pois segundo ela, o PT por estar refém do PMDB entrega a articulação política a ele, “que eu não senti o efeito disso até agora, porque de lá pra cá não houve mudança no processo da co-relação de forças”, disse.
Gabrielli diz que existe muita espuma e pouca substância, quando se refere as acusações contra o PT
Moema se mostrou revoltada com o PMDB e a grande mídia.Gabrielli abriu o jogo em relação a PETROBRAS e afirmou que é muita espuma e pouca substância que a oposição e a grande mídia espalha para denegrir a imagem do PT. “Acredito que quando isso chegar no supremo, muito do que está sendo acusado hoje vai ser desmontado, por razões técnicas obvias, como foi a soltura dos nove empreiteiros agora, que foram liberados porque não tinham motivos para estarem presos. A prisão de Vaccari é um escândalo, não tem base legal nenhuma, da cunhada mais ainda, isso é um absurdo, nem na época da ditadura. Do ponto de vista técnico, você tirando a espuma e o clamor da sociedade, você vai ver que é muito menos de que está sendo dito”, garantiu Gabrielli.
O ex-presidente discursava de forma que tentava passar a realidade dos fatos aos demais “companheiros” sobre a Petrobras, que segundo ele a ideia que se passa é que a estatal é um mar de lama, “quando na verdade não é”. Afirma.
seminário do PT em Valente - Gabrielli2 - foto- Raimundo Mascarenhas
“Qual é o resultado do balanço da Petrobras? No ponto de vista operacional em 2014 aumentou o faturamento de 11%,  a empresa faturou em 2014 R$ 337 bilhões tendo um lucro bruto no valor de R$ 80 bilhões.resultando num lucro bruto de 15% maior em 2014 em relação a 2013. A Patrobras fechou em 31 de dezembro de 2014 com R$ 69 bilhões em caixa.Então a empresa no ponto de vista operacional está muito bem, como é que ela tem R$ 22 bilhões de prejuízo?” Questionou.
Gabrielli disse ter opinião contrária quando algum companheiro diz ser a favor da punição dos petistas envolvidos no lava jato, e ele perguntou quais petistas estão envolvidos?, Citou Paulo Roberto que segundo ele nunca foi filiado ao PT, nem tem nenhuma relação com o partido, Barusco que se diz  explicitamente contra o PT. ” Vaccari está sendo preso injustamente, eu não tenho nada no lava jato apareço na questão da refinaria de Passadena que é um escândalo criado pelo PFL, criado por José Jorge que era Ministro do TCU que inventou e não existe, e ele que era presidente do PFL foi ministro de Fernando Henrique e foi candidato a vice com Alckmin, que isenção tem esse sujeito? A mídia transforma investigação inicial em condenação, e você passa a ter situação complicada.” concluiu.
Rosembrg admitiu que o partido perdeu muitas oportunidades para fazer as reformas.
Rosemberg Pinto seguiu o raciocínio de Moema quando disse que o PT está perdendo a governabilidade, quando entrega a articulação política ao PMDB, ” como é que o PT tem a presidente e a articulação política está com o PMDB? Não é porque o PT e a presidente quer não, é porque nós estamos perdendo a governabilidade, esta é a situação que devemos trazer para essa discussão.O momento é de uma gravidade histórica e é preciso que pensemos o que fazer porque certamente não teremos a reforma que queremos” alertou o deputado.
O parlamentar destacou alguns pontos que considera importantes para reforma política, citou como exemplo o financiamento público de campanha, maior participação popular, a democracia direta, manutenção do sistema proporcional, o voto em lista fechada em dois turnos,”sabemos o que queremos, não temos dúvidas, mas de que forma nós vamos avançar pra que a gente conquiste essa quadra que não nos é favorável no ponto de vista da conjuntura, avançando para que a gente mantenha pelo menos o que existe de bom, pois a reforma que está lá avançando a passos largos vai trazer o maior retrocesso histórico do sistema político democrático brasileiro que se tem noticia”, concluiu Rosemberg e lamentou quando disse que o Partido poderia ter feito a reforma política desde o governo Lula e não fez e agora tem que enfrentar esse caminho que tem levado a esse questionamento desfavorável.
Rosemberg lamentou também quando disse que em doze anos de PT no Governo não houve avanço na comunicação, segundo ele é inadmissível depois de oito anos de 8  anos, 4 anos de Dilma, andando para cinco anos, o partido não ter inserção em nenhum grande órgão de comunicação no Brasil, e companheiros quando criaram alternativas colocando emissora de rádio sofreram e sofrem grandes consequências, e o Governo continua fortalecendo os principais órgãos de imprensa que são contra o PT e o próprio governo.
Joseildo convocou não só os lideres, prefeitos e parlamentares para sair em defesa do partido, mas toda militância.
A vereadora Leninha questionou a perda de identidade do PT na forma de conduzir a questão política nos últimos tempos, pois muitos petistas tradicionais passaram a se sentir isolados enquanto viam ex-adversários sendo prestigiados dentro do partido e dos governos, isso chamou a atenção de Joseildo Ramos,que lembrou que foi prefeito de Alagoinhas por oito anos haviam apenas sete prefeitos petistas no estado, e boa parte deles usava debaixo do braço uma cartilha do PT para governar, “o que a gente tem visto hoje, é de fato o afastamento de administrações petistas em relação aos princípios que nos caracterizavam como petistas e a grande aliança com seu povo. Eu coordenei um governo, governado pelo povo de Alagoinhas,e não precisei ter maioria na Câmara pra poder está molhando mão de vereador corrupto”, disse o parlamentar.
Em outras palavras, Joseildo quis dizer que não temia ameaças dos oposicionistas e os companheiros de sempre foram mantidos na linha de frente. Mas justificou também que foram necessárias as alianças para vencer as eleições.
Joseildo convocou não só os lideres, prefeitos e parlamentares para sair em defesa do partido, mas toda militância.O prefeito Ismael Ferreira viu como bastante oportuno esse debate promovido pelo PT de Valente que recebeu representantes do partido de várias cidades, para ele uma verdadeira aula sobre economia e conjuntura política, “são reflexões que o partido tem que fazer mesmo. O partido vive uma dificuldade por crise isso é uma realidade, não podemos fugir, mas não podemos esquecer também de tudo de bom que esse pais está vivendo depois de 12 anos dos governos Lula e Dilma, Wagner e Rui. Vamos repensar como encontrar uma saída para retomarmos o nosso grande projeto para dar a volta por cima”, falou otimista o prefeito.
Presidente do partido José Silva, Gabrielli, Moema e Ismael no destaque.
Presidente do partido José Silva, Gabrielli, Moema e Ismael no destaque.José Silva disse que foi muito importante esse seminário que é uma sequência de um debate que o PT vem fazendo em vários municípios, lembrou que a duas semanas houve algo semelhante em Coité, e que correspondeu a expectativa tanto na participação de militância quando nos debates, e “nós temos a liberdade de falar o que pensa, e isso aqui foi visto, foi lembrado as grandes conquistas, mas o que está errado também é falado abertamente, esse sempre foi o projeto petista de conduzir a política e vamos continuar realizando esse tipo de encontro e aos poucos vamos acertar os passos e retomar a confiança do povo que sabe do nosso compromisso com o social, e sabemos também a força do adversário e da mídia contra nosso governo”, disse o presidente.
Redação CN * fotos: Raimundo Mascarenhas

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