segunda-feira, 6 de outubro de 2014



EXCLUSIVA Uma witória com W, por Raul Monteiro

Foto: Arquivo
Wagner e a chapa que elegeu, formada pelo senador eleito Otto e o governador eleito, Rui
A surpreendente vitória de Rui Costa para o governo baiano em primeiro turno consagra não apenas a liderança no Estado do governador Jaques Wagner, fiador da candidatura, como o seu senso estratégico e até visionário. Wagner apostou em Rui quando ninguém dava um tostão furado pelo candidato. Começou enfrentando a resistência à aposta no leal amigo em seu próprio partido, o PT, onde os nomes que se achavam em melhor condição que ele para enfrentar a sucessão foram, além de excluídos da cena num ato unilateral do governador, pouco a pouco, se desintegrando no curso da campanha ou antes dela.
Por esta razão, Wagner é o credor quase exclusivo do sucesso da chapa que montou para a sua própria sucessão, que incluiu também a escolha para a disputa ao Senado do seu vice-governador Otto Alencar (PSD), o qual impôs uma derrota acachapante ao nome escolhido pelas oposições, representado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB. Numa entrevista que concedeu, ontem, logo após votar pela manhã em Arembepe, em Camaçari, Wagner reafirmaria sua convicção na vitória de Rui, assim como na possibilidade de que ocorresse em primeiro turno. Estava mais uma vez certo.
Então, declarara que o sucesso de Rui, a quem cobriu de elogios como político e figura humana, teria um sabor especial para ele dado o fato de considerar que consagrava também o reconhecimento à sua gestão, alvo de ataques fulminantes por parte de adversários e até de ex-aliados, como a senadora Lídice da Mata, que encolheu como candidata ao governo do PSB e deve ficar agora ainda menor, já que viu desaparecer do universo o segundo turno onde poderia negociar apoio a Rui. No PT, assim como na oposição, ninguém tem dúvidas de que o que puxou Rui para cima foi o crescimento da presidente Dilma Rousseff na Bahia, fenômeno no qual, apesar de não publicizar, Wagner acreditou desde o princípio.
Um instituto chamado Babesp
Um amigo ligou ontem para o deputado estadual Marcelo Nilo (PDT), presidente da Assembleia Legislativa do Estado, quando o Ibope divulgou a boca de urna dando 49% das intenções de voto ao candidato do PT a governador, Rui Costa, e a vitória em primeiro turno para o petista virou uma forte expectativa. Ouviu dele que precisava desligar imediatamente o telefone a fim de abrir uma garrafa de whisky e comemorar em casa, sozinho, a eleição de Rui. Se alguém arriscou o pescoço nesta eleição, este foi o presidente da Assembleia, considerado mais governista do que muito petista.
Nilo tem vínculos antigos com o Babesp, instituto de pesquisa do qual dizem ser dono e que por acaso foi o único que apostou numa virada das intenções de voto no Estado favorável ao candidato do PT – quando o mesmo Ibope confirmava a liderança disparada do democrata Paulo Souto na sucessão baiana -, razão porque virou alvo de todo o tipo de ataques, principalmente nos programas eleitorais do adversário, e até de ameaças judiciais, já que se avaliava que os números com que aparecia eram apenas para ajudar na propaganda política petista.

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